terça-feira, 20 de setembro de 2016

roda, moinho

os instantes - há momentos - em que a existência brilha em mim
sempre só, solamento, calo todo o tormento que insiste em chegar
e vem
mas deixa de ser tristeza ao se tornar algo maior
traz dó,
mas passa
e a primavera se aproxima (florida, é a minha sina)
venta o vestido da menina que tem de olho o sorriso
Sinto só, sou Sol
nunca paro de tentar
cíclica é a vida, a meta é aguentar

cada um carrega o fardo e toda cruz pesa como deve pesar o coração de quem vive a banalidade diária de não pensar não questionar não refletir pensar em sim e só em si e no que pode ganhar com tudo isso

cada um carrega o peso de ter que entender que o mundo nada mais é do que o moinho que gira gira gira e nunca sai do lugar porque não quer nunca se modificar

cada um de nós é um universo e eu confesso: há momentos tão complexos em que manifestar é só o que há e o que pode acontecer é conhecer o perigo que habita em você

os instantes - há momentos - que, perdida em pensamentos, o mar é todo o sentimento que posso representar, sei lá, também há mar