quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A gente cresce e nem vê (ou Espiral)

Hoje comecei uma trajetória que nunca tinha experimentado: li o meu blog desde sua criação até o final de 2012 (o resto ficou para amanhã).
É assustador ver o quanto a gente muda. O quanto a gente acha que sabe sobre o mundo, sobre a vida e sobre nós mesmos, e do nada mudamos, e então nem notamos.
Hoje li sobre o começo da minha formação de caráter, a saída da infância para a adolescência, e então a entrada para a fase novo-jovem. Ao ler uma parte do que pensava enquanto vivia a época, passei por grandes grandes reflexões, notei várias coisas sobre mim que nunca tinha percebido. Várias lições aprendidas e inúmeros obstáculos a serem superados ainda.
Das mudanças que fui acompanhando com mais facilidade, uma das mais fáceis de notar é que eu sentia muita necessidade de falar palavrão, xingar, usar palavras ofensivas, ser agressiva. Não sei se foram os hormônios, o social próximo ou uma raiva contida, mas eu adorava reclamar, e minhas críticas eram mais parecidas com uma porradaria de xingamentos do que com argumentos. 
Falando em reclamar, céus, como meus pais me aturaram. Eu ando tranquila em relação meus pais, mas ainda tenho muitas dúvidas e análides sobre minha criação e nossa relação, mas uma coisa não posso negar: haja paciência. Nos meus primeiros posts sobre a minha mãe, aqueles de quando eu era bem mais nova e extremamente mimada, não teve UM que não achei minha raiva e crítica infundada. Ela geralmente estava certíssima, o problema sempre era a comunicação, e era mais um problema meu também. Depois nossos problemas de relação foram evoluindo e ficando mais complexos, não trazendo "culpadas" e "vítimas", mas deixaram de ser "minha mãe ficou brava porque não lavei a louça ODEIO ELES VOU FUGIR DE CASA ARRRRRGH!". Ah, e todo semestre o boletim rendia um castigo!
Dentre as coisas que percebi, a que mais me assustou foi minha relação com mulheres. Na primeira parte da minha vida, eu praticamente odiava tudo que tivesse relação (uma relação criada) com o feminino: saltos, maquiagem, batom, amigas mulheres, 'parecer mulher'. Era uma necessidade de ser "a amiga-moleque", "quase um homem" e todos esses blá blá blás. É assustador, porque eu sei que não refletia sobre isso, só aceitava o que o social me arremessava, e engolia direitinho. E isso me causou mas tanto TAAAANTO problema que, céus, tem coisa que perdura até hoje. Ainda. E, falando em social, eram pouquííííííssimas as reflexões que eu tinha sobre, e eu falava tanta bosta.
Percebo também a existência de algumas "Luas" (isso analisando apenas até 2012), alguns momentos que mudaram a minha vida, com seus altos e baixos, e que se não tivessem acontecido tudo seria tão diferente que nem imagino.
Namorar só não foi uma experiência melhor do que ser largada (falo sério, porque por mais personalidade que eu tenha e blábláblá, eu virei meu primeiro namorado. Precisei que ele me largasse para descobrir quem eu era mesmo e do que gostava); sair de casa foi algo que mudou a minha vida, passei a entender muito mais minha mãe, o mundo, passei perrengue demais, nunca que meu blog mostraria o tanto de coisa que aconteceu, mas foi muito importante pra mim.
Minha vontade é escrever por dias, porque minha cabeça está fervilhando com o tanto de coisas que descobri de mim, isso porque fui lembrando de várias coisas na época, coisas que eu nem postava (e nem lembrava exatamente), e UAU. Vou me contêr, amanhã lerei o resto e volto com o que mais me der vontade de escrever.


É bom estar viva, 
é bom ter 23 (quase 24),
e saber que talvez, só talvez
venham vários anos por aí
e aí eu vou ler sobre a época de agora
e pensar
"MEUS DEUSES
como eu era tola."


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